Enteógenos
Plantas alucinógenas têm sido usadas em ritos religiosos por várias culturas ao longo dos séculos. Ao promoverem estados alterados de consciência, estas plantas agem como mediadoras entre o mundo da experiência imediata e as infinitas dimensões espirituais que permeiam toda a existência. Por esta razão são vistas por algumas culturas como portadoras de inteligência e são consideradas fontes de uma profunda e misteriosa sabedoria, instrumentos do divino, fontes de beleza e inspiração, assim como meio para manter a integridade cultural.
Hoje em dia os devotos das experiências visionárias abastecidas por plantas preferem denominá-las "enteógenos", palavra originada a partir do grego e que quer dizer "tornar-se divino interiormente". Para esses modernos "psiconautas", a palavra psicodélico carrega demasiada bagagem cultural. O objetivo deles, ao embarcarem em viagens com os enteógenos, é acessar outros planos de consciência, entender mais amplamente seu processo de vida e se conectar com a natureza. Mas há que se ter cuidado. Embora não haja efeito colateral conhecido, nem registro de dependência química ou dano cerebral, há alguns riscos psicológicos, particularmente para aqueles com histórico de problemas mentais. Os portais da consciência só devem ser abertos em contextos seguros, para que eles promovam um encontro iluminador e não desestruturante.
O médico Otávio Castello de Campos, que toma chá de ayuasca regularmente dentro dos rituais da União Vegetal, explica: "Uma coisa é você pegar uma substância dessas, sintetizá-la e distribuí-la em uma danceteria na cidade. Outra coisa é você usar esta substância dentro de um contexto ritual, onde ela não é a finalidade em si e é encarada como um veículo sagrado, que está dentro de uma esfera cultural, um conjunto de valores".
O médico Otávio Castello de Campos, que toma chá de ayuasca regularmente dentro dos rituais da União Vegetal, explica: "Uma coisa é você pegar uma substância dessas, sintetizá-la e distribuí-la em uma danceteria na cidade. Outra coisa é você usar esta substância dentro de um contexto ritual, onde ela não é a finalidade em si e é encarada como um veículo sagrado, que está dentro de uma esfera cultural, um conjunto de valores".
O termo "enteógeno" foi cunhado em 1979 por especialistas da área, já que as palavras existentes não refletiam bem o significado da experiência proporcianada por esse tipo de substância. Entre as palavras que o novo termo tenta substituir estão “alucinógeno” e “psicodélico”.
“Alucinógeno” não é adequada por carregar um senso de “droga de rua”, de “fuga da realidade”.
Já “psicodélico” como disse antes carrega demasiada bagagem cultural, acabou ficando muito associada aos hippies.
“Alucinógeno” não é adequada por carregar um senso de “droga de rua”, de “fuga da realidade”.
Já “psicodélico” como disse antes carrega demasiada bagagem cultural, acabou ficando muito associada aos hippies.
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